segunda-feira, 13 de abril de 2009

Marketing de Guerrilha - Peta: "Aqui está o resto do seu casaco de pele".

O Marketing de Guerrilha é uma das técnicas de propaganda que cada vez mais ganha destaque. Ele nasce na década de 80 com a missão de suprir as necessidades de comunicação dos Pequenos empresários. O consumidor abdicou do papel de simples target e passou a adotar a postura de agente. A internet além de surgir como uma nova mídia muda todos os conceitos do consumidor. A sua atenção seletiva faz com que o consumidor receba apenas efetivamente 30 a 80 mensagens diariamente; ou seja, menos de 10 mensagens por dia têm uma probabilidade razoável de influenciar o comportamento do consumidor. A Peta (People for the Ethical Treatment of Animals - Pessoas pela Ética no Tratamento de Animais) é uma pioneira no Marketing de Guerrilha. Minha adimiração pessoal se dá tanto pela causa nobilíssima que defendem, como pelos modos que utilizam para chocar a sociedade e mudar o comportamento de pessoas que parecem "ter minhoca" na cabeça. Anna Wintour, editora da Vogue americana, por exemplo, teve um guaxinim morto jogado em sua sopa num elegante restaurante de Nova York. O toque original da Peta sempre consistiu em chamar a atenção para sua causa com um misto de travessuras, atos que provocam tumulto e campanhas publicitárias que misturam humor e imagens chocantes. Algo que podemos chamar de os primórdios do marketing de guerrilha. Não faz muito tempo, alguns de seus membros tiraram a roupa diante da Casa Branca e gritaram “prefiro andar nu a usar peles”.
A idéia do Marketing de Guerrilha é semelhante aos "factóides" popularizados por um ex-prefeito do Rio de Janeiro. O objetivo é mostrar sua marca gerando eventos que possam ganhar espaço nos noticiários ou atrair a atenção direta do público alvo sem pagar espaços publicitários nas mídias tradicionais como rádio, televisão, jornais e revistas. Uma reportagem da tradicional revista inglesa "The Economist" traz alguns exemplos interessantes de idéias usadas na divulgação de alguns sites. Em Nova York, por volta de oito mil carteiras foram espalhadas nas calçadas de Manhanttan. Ao invés de dinheiro, cheques ou documentos, os curiosos de Nova York encontraram dentro das carteiras um cartão com uma mensagem e o endereço do site CharityCounts.com, criado para receber doações para instituições de caridade. Em 1999, um comboio de 20 carros amassados e soltando fumaça se arrastaram por ruas de Nova York e Los Angeles para promover o lançamento do Driver 2, um videogame de perseguição de carros. Mesmo as empresas tradicionais estão adotando este tipo mais ousado de propaganda. A Pizza Hut gastou U$ 1,25 milhões em um anúncio colocado em um foguete russo lançado ao espaço. A fronteira final também é tema de idéias meio malucas como transformar a Lua em um imenso outdoor usando projetores potentíssimos. As "brincadeiras" e "factóides" estão sendo levados a cada vez mais a sério, pois de acordo com alguns especialistas, nos Estados Unidos, cada consumidor vê cerca de 1,5 mil mensagens comerciais diariamente. A crescente fragmentação causada pela quantidade excessiva de anúncios, diminui a eficiência de cada peça publicitária individualmente. Outra vantagem do marketing de guerrilha, principalmente para as pequenas empresas, é o custo mais baixo. Distribuir brindes em locais freqüentados por seu público alvo, criar pequenos eventos para divertir e surpreender os futuros consumidores é infinitamente mais barato do que 30 segundos em horário nobre. Nas novas técnicas, a criatividade, ousadia, inteligência e planejamento são mais importantes que o dinheiro. Mas, como sucesso de uma campanha de guerrilha depende de idéias originais, as besteiras são difíceis de ser identificadas antes de serem feitas. A Mattel, fabricante da Barbie, pintou uma rua toda de cor-de-rosa para promover a boneca. A ação, obviamente, irritou os moradores. Os consumidores sentiram que seu espaço foi invadido e o tiro saiu pela culatra. As iniciativas devem ser muito bem pensadas e realizadas com cuidado para passar sempre uma imagem positiva, fixando sua marca de maneira simpática e original.

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